segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

27 de janeiro de 2013



As gurias se juntaram cedo para arrumarem o cabelo e maquiarem umas às outras, enquanto iam se animando com a música alta no rádio. As melhores roupas e os melhores saltos, todas impecáveis. Os guris fizeram um aquece, tomaram uma cervejinha antes de ir para a balada, colocando a conversa em dia sobre o futebol e as provas das semanas seguintes na faculdade. O tempo passou rápido até a hora de entrar na festa. As luzes sempre coloridas e alegres, a música alta, as bebidas preferidas, era o momento de festejar a vida, o futuro e o quanto ser jovem é maravilhoso. Os sorrisos rolavam soltos, namorados de mãos dadas, novos amigos e novos amores surgindo em meio aos embalos de um simples e comum sábado à noite. O que nenhum deles sabia e jamais poderia prever, eram a sucessão de erros de diversas partes que levaram aquela noite a se tornar a última de tantas vidas. O fogo consumiu rápido cada centímetro daquele teto, os extintores não funcionaram, o pânico tomou conta. Era apenas uma saída, para tantos seres. O tempo foi curto demais para muitos. Em minutos a vida deixou de vibrar para centenas de jovens. As luzes se apagaram, os risos cessaram e muitos corações deixaram de bater. A fumaça preta escureceu o céu de Santa Maria e nem mesmo a luz do dia foi capaz de trazer alguma luz. A alegria de viver deu espaço às lágrimas de pais, mães, irmãos, avós, tios, primos, amigos... A cidade do coração do Rio Grande chorou. Nada poderá trazer de volta aqueles que se foram. O luto, aos poucos, foi dando lugar à revolta, ao desejo profundo de justiça. Que ao menos a dor seja minimamente aplacada com a punição dos culpados. E que tantas lágrimas sirvam de exemplo para que tamanha tragédia não se repita nunca mais.

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