sexta-feira, 24 de junho de 2016

24 de junho


Mais um 24 de junho chegou e tudo que eu queria era que esse dia não significasse nada, que fosse só mais um dia comum, mas infelizmente existem marcas em nossas vidas que nem o tempo é capaz de apagar, talvez a morte me faça descansar dessa nostalgia angustiante e dessa esperança que não quer morrer... Hoje faz dez anos do dia 24 de junho mais lindo que eu poderia viver nessa vida! Dói lembrar do quanto eu fui feliz, uma felicidade próxima de um pedaço de céu e hoje eu só queria reviver cada segundo daquele dia... Da noite mal dormida de ansiedade, das horas em frente ao espelho pra ser a mulher mais bonita que ele poderia encontrar, do frio na barriga enquanto íamos de encontro um ao outro e de achar ele mais bonito do que nas fotos! Sim, menino bonito, charmoso, encantador... Um homem tão sonhador e determinado, contrário de mim, pois hoje, enquanto escrevo sobre esse homem e sinto as lágrimas rolarem sem que eu perceba, sei que ele realizou todos os sonhos que eu sabia que ele tinha, sonhos esses de que fiz parte durante um breve tempo, mas que o destino foi mais forte e nos disse não. Hoje eu só queria acordar e viver como se esse conto de fadas real não significasse mais nada, mas minha memória é cruel e me faz lembrar sim de cada segundo daquele 24 de junho, do vinho tomado ao sol juntos, enquanto ele me falava da vida dele, mostrava fotos da família e dos amigos, e por hora me roubava um beijo delicado que depois foram mais intensos no sofá da sala... O ingrato nessa história é que já se passaram dez anos, passarão 20 e trinta ou mais, e eu ainda vou lembrar, enquanto ele segue a vida como se eu nunca tivesse existido! E meu coração teima em esperar... Dez anos que eu dei tudo que eu era, tudo que eu sonhava, tudo que eu sentia a um homem digno de cada sonho que com ele sonhei, de cada beijo que lhe dei, da pureza que entreguei e em seus braços me fiz mulher, digno de cada lágrima que por ele derramei, de cada dor e explosão de amor que ele me fez sentir, de cada momento intenso que com ele vivi, de cada dia em que levo seu nome guardado dentro de mim, e de sua voz eu só queria ouvir que um dia vai voltar, para que eu passe mais 10, 20, 30 anos ou a eternidade esperando! "Os nossos caminhos diferentes me levam a você..."


terça-feira, 7 de junho de 2016

Fome

Não ouso sequer sussurrar teu nome, nome proibido, nome escondido nas gavetas velhas e profundas de um coração que não soube esquecer cada letra desse nome que só o som ao falar ecoa e atiça meus instintos mais ferozes, mistos de raiva, tristeza, desejo... Sim, rapaz. Não menciono teu nome porque a louca que mora aqui dentro acorda e me domina, me forçando a engolir meu orgulho, tripudiar as regras, foder com a moralidade, e sair por aí, feito fera faminta à tua caça, mordendo os lábios e apertando as coxas pra não escorrer o mel (ou seria fel?) que me lambuza nas noites frias enquanto penso nas tuas mãos grandes, em todos os centímetros de pele desses quase dois metros de altura, lembrando dos teus cabelos que aperto os dedos só de pensar na textura macia e na vontade incontrolável de puxá-los obrigando tua boca a percorrer meus lábios e outros caminhos que podem me levar ao delírio instantâneo! E enquanto me contorço, fervendo em mim, uso de uma força inimaginável para não pegar o telefone e te ligar e te dizer tudo isso, de todos os pensamentos perversos que tenho ao imaginar você concordando em me deixar te tocar, pois cada segundo guardando todo esse desejo doido é um segundo de prazer absoluto desperdiçado e tenho saudade do tempo que eu podia tudo, que a porta estava aberta sempre à minha espera, pois se hoje eu pudesse te pegar nem sei mensurar do que eu seria capaz, talvez até de cometer um crime, te morder inteiro, te cobrir de saliva lambendo cada maldita parte desse teu corpo que me faz perder a cabeça, e eu tento incontrolavelmente fugir dessa loucura que só aumenta a cada recusa tua, mas não consigo porque eu te quero de uma maneira que não sei explicar, que talvez essas palavras só consigam se aproximar do tanto que isso me consome... Então, continue me recusando, não pare de bater a porta na minha cara, não atenda meus telefonemas, pois só assim tenho a garantia de não te atacar e te fazer gritar de tanto prazer, te fazer viciar em mim e a gente não conseguir mais controlar essa porra toda!