quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Relação Mercantil

Será que sou anormal por não sentir ciúme? Por nunca, em nenhum momento me apegar de verdade em um homem? Isso seria só um mecanismo de defesa? Quando ele me disse que não estava mais solteiro, doeu, mas não por sentir ciúme, nem por querê-lo só pra mim. Doeu apenas por pensar que eu ficaria sem os nossos encontros. Eu não preciso dessa coisa brega e chata de "relacionamento sério", do constrangimento de conhecer familiares, dos programas em família, de cerimônia, dessa formalidade. Na verdade, o que tínhamos não era uma relação: nossos encontros eram um negócio, uma transação mercantil de troca. Eu dava tudo de mim e ele se dava também e era intenso, nível máximo de prazer, de pura sintonia, de diálogos divertidos fluidos e provocantes. E como um profissional que perde um cliente importante, o perdi. E sofri. Mas esqueci.

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