quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Vingança, ou não?

E enfim, depois de tudo, depois de pensar que tudo estava morto e enterrado eu tive uma recaída e tentei o último suspiro, a última tentativa de fazer o ar entrar nos pulmões como quem está se afogando. Meu coração bobo e mais mole do que maria-mole, ofertou, de graça, mesmo sem que ele merecesse, mais uma chance. O covarde, "cachorrinho" como ele mesmo se define, não quis arriscar, não quis honrar o fato de eu ter entrado na vida dele muito antes de todas essas coisas acontecerem....

E como é difícil, agora, controlar a raiva e não jogar areia nesse relacionamento ridículo em que ela botou a coleira e ele ainda "balançou o rabo" de feliz. Só de imaginar ela se sentindo O MULHERÃO, A PODEROSA porque tem ele nas mãos dela, ou melhor, ela acha que tem, porque se eu perco a cabeça eu lanço uma indireta de que ele nem sempre foi tão fiel assim...

Queria gritar na cara dessa mulher que ela roubou o meu homem, então, em tese, eu teria o direito de tê-lo a hora que eu quisesse... Minha cabeça vira um turbilhão movido pelo recalque e o abandono porque uma mulher traída e trocada por outra é um perigo por aí...

A sorte desses dois é que existe algo que me freia que é a lei do retorno. Eu acredito que tudo o que eu fizer, de alguma forma, retorna. Então eu me seguro para não jogar a "merda no ventilador" e acabar ligeirinho com esse teatrinho.

Até porque, pensando bem racionalmente, eu deveria era ter ódio dele, nem ódio: deveria sentir o maior desprezo por essa criatura infame, que teve todas as oportunidades de estar comigo mas preferiu ela. Sim, obviamente, alguém de mínimo intelecto, mínima escolaridade e com uma profissão que nunca vai mudar, não faz jus à mim. É lógico que mente pequena, combina com mente pequena.

E aí eu me pergunto: ele me feriu. Teria eu o direito de vingança? Ou meus "maus atos" voltariam em forma de mal para mim? Ou seria eu apenas uma peça do destino para levar para ele o retorno de ter me ferido?

???

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O que ainda não foi dito

Você me deu todos os sinais de que não estava mais afim ou de que não estava tão afim de mim quanto eu de você, que tinha mergulhado de cabeça e tirado vida e alegria de todos os nossos momentos juntos. Você tentou inúmeras vezes me falar mas a minha cabeça tão desconexa só via o que eu queria enxergar e achava que seria para sempre, descartando qualquer pensamento que viesse sobre nunca mais te ver.

Eu te procurei incansavelmente, puxei conversa todos os dias e as tuas investidas alimentavam minhas esperanças como naquela manhã que você me ligou assustado por causa de uma música que publiquei que dizia que não dava mais. Achei que estava fazendo tudo certo para te manter ao meu lado sempre que eu quisesse, te deixando livre para viver e conhecer qualquer pessoa, como de fato aconteceu.

E você foi me levando no banho-maria, me tratando como uma carta na manga, a opção na falta de opção e meu coração aceitando e se submetendo, porque eu gostava de ti mais do que eu pude mensurar. Sei que meus erros que não foram poucos pesaram contra mim, como na noite em que enchi a cara e te mandei onze mensagens de texto como uma doida desesperada. 

Aceitei, embora contrariada, em ser a "outra", mais uma vez, porque gostava tanto de ti a ponto de fazer o que fosse para te ter de vez em quando. Até que a tua covardia foi maior do que qualquer resto de paciência que eu ainda tinha, quando disse que iria se sentir mal e com peso na consciência por me ver, admitindo que era covarde.

Foi daí que eu tomei uma atitude que nunca tinha tomado antes, uma atitude de falar tudo o que eu pensava e sentia realmente e te dizer que não te queria mais, que nossa historia de faz de conta acabava ali porque eu não aguentei ficar o dia dos namorados sozinha sabendo que tu estavas com ela e, nem assim, ser capaz de me dar um pouco de atenção depois dessa data idiota.

Não vou negar que sinto a tua falta, que lembro de ti em quase todos os dias, que meu corpo chama pelo teu tão alto que quase posso ouvir. Não vou negar, também, que já me arrependi tantas vezes por ter cortado relação contigo, porque tua amizade, ter a liberdade de conversarmos, desabafar e poder saber de ti era tão ou mais importante do que teus beijos, teu toque, sentir teu corpo no meu.

Descobri no fim de tudo que, eu que sempre voltei atrás quando me arrependi, aprendi a ter um orgulho próprio que antes não existia, que me impede e me faz forte quando tenho vontade de fraquejar. O saldo positivo foi esse: aprender a colocar um fim no que não me faz bem, não me satisfaz. Aprender que, acima de tudo, eu tenho que estar feliz com uma relação. Chega dessa historinha de se doar para ter o nada em troca. Agora sou EU, em primeiro lugar.

Leminski








Objeto
de meu mais desesperado desejo
não seja aquilo
por quem ardo e não vejo

seja estrela que me beija
oriente que me reja
azul amor beleza

faça qualquer coisa
mas pelo amor de deus
ou de nós dois

SEJA
Paulo Leminski

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Agosto



O telefone não toca. Tento fugir da solidão enquanto tropeço nos sonhos mortos e na sucessão de erros que cometi e que me trouxeram até aqui. Me perco na bagunça dos meus dias, dos horários sempre apertados, dos trens e ônibus lotados, da pausa breve para o almoço, do trabalho e suas horas extras que não me permitem ver a luz do dia. Deletei todos os contatos indesejados, os amores de uma noite, os caras que só ligavam quando queriam satisfazer-se. Troquei o número do telefone. Não tenho mais MSN, nem pertenço mais aos sites de encontros. Talvez eu mesma tenha buscado a solidão. Eu mesma criei este isolamento feito uma lagarta que se fecha em seu casulo e agora sair disso é que está sendo difícil. Me acomodei no colo amigo que me acolheu, deixei de procurar aqueles "amigos" que nunca mais perguntaram se eu estava bem, mesmo sabendo que eu não estava. Certamente, agosto está sendo o mês que eu consegui colocar o nariz pra fora deste fundo de poço, deste casulo grosso que a vida me fez criar. E aos poucos, parte por parte, eu vou saindo porque eu não nasci para me conformar com as dores do mundo, muito menos para ser sozinha.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Imaginei





Por um momento te imaginei entrando por aquela porta e tomando um susto ao me ver, tão grande quanto a minha surpresa ao te avistar. Eis que surge uma questão sem resposta: Qual seria a tua reação?

Sorriria ou fingiria que não me viu?
Trocaria algumas palavras comigo ou diria um "oi" em meio a um sorriso amarelo?
Me daria um abraço ou se conteria em acenar distante?

A verdade é que eu não sei dizer. Sinceramente, não consigo imaginar a tua reação e isso só prova que eu não te conhecia e nunca te conheci. Embora nos falássemos todos os dias, algo me diz que tu sempre vestias um personagem e nunca mostrou a cara nem tuas reais intenções.

E daí vou mais a fundo: como eu me deixei envolver tão intensamente por quem eu não conhecia? Como eu pude ter sido incapaz de ver que tu não estavas sendo verdadeiro?
O amor, a paixão, todos estes sentimentos de certa forma embaralham nosso raciocínio.
Nos entregamos e quando percebemos o engano, choramos.
A mágoa toma conta de nós e pobre de quem se aproxima depois disso porque só resta a cautela, o medo, a prudência, o "freio de mão puxado", o "pé atrás".

Parece que nascemos puros, dotados de uma capacidade de amar sem reservas só que com o tempo e o acúmulo de decepções essa capacidade vai se esgotando e vamos ficando amargos, desiludidos, desconfiados.

Será que existe uma luz no fim do túnel?