segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Sem chão
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Sobre a dor mais profunda
E de repente aquele coração que sempre te encheu de amor e te deu tudo que precisavas para que tu crescesses feliz, para de bater. Como a chama de uma vela que ainda resta no pavio, mesmo depois de toda cera ter derretido simplesmente se apaga, assim foram os últimos suspiros da pessoa mais importante da minha vida. Ali, já sem consciência, jazia em um leito de sofrimento, mas não sem receber todo o meu amor. E todas as minhas preces foram atendidas: já que o caso era irreversível, que seu sofrimento não fosse longo. Quando vi seu semblante esbranquiçado, perdi o chão embaixo dos meus pés. E agora, pra quem vou correr quando tudo der errado? E pra quem vou contar minhas alegrias, pra encher de orgulho? Mas por mais sozinha que eu me sinta, nosso elo é forte demais para ser quebrado pela distância física. A morte nunca será capaz de nos afastar, pois ela está em mim, no meu DNA, no meu inconsciente, na minha personalidade, está em quem eu sou, em quem eu me tornei e em quem eu quero ser a partir de agora. Para sempre em mim, para sempre comigo.
sábado, 17 de outubro de 2015
Game
Vejo tudo com falhas, esse sangue que não para, não, é meu batom vermelho borrado depois das bocas que beijei esta noite. O álcool faz minha alma sair do corpo e outro ser o domina, fazendo coisas que eu não queria fazer, deitando em camas que não são a minha, ah, mas eu gosto desse poder, de manipular os desejos dos homens, seduzi-los, fazer com que não resistam a mim... esse é meu poder... e sim, tudo que eu faço é porque eu quero fazer, mas não impeça que eu me acabe em uns shots de tequila ouro com muito sal... depois eu vejo só luzes vermelhas, batom vermelho borrado e sangue... porque este é meu prazer, essa é minha diversão, perder a noção e agir por instinto...
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Despedida
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Carta para quem desistiu
Quatro horas da manhã quando os vizinhos escutaram um som indecifrável e inimaginável: o som do que restou dela ao sofrer o impacto contra o chão. Naquela noite ela tomou a decisão mais difícil, mas nada importava mais. Deixou tudo para trás e decidiu voar para o fim de todas as suas dores, abriu os braços e imaginou-se como um pássaro que se prepara para dar um rasante... jogando-se ao abismo, desistindo de tudo e saltando do décimo andar. Levou consigo seus planos inacabados, seus sonhos não realizados, as gargalhadas que ainda daria e as lágrimas de felicidade que choraria ao longo dos anos, até seu último suspiro natural. Enterrou consigo todos os seus medos, decepções, dores e angústias que naquela noite gritaram ardentemente em seus ouvidos, a obrigando a desistir. Linda, eu entendo você e não lhe julgo, eu mesma quase desisti e lamento por você não ter conseguido resistir mais um pouco, não ter cruzado em seu caminho com um médico e o tratamento certo, com um pingo de esperança, uma porta aberta ou um abraço acolhedor naquela noite. Não se deixe levar pela lembrança do que poderia ter vivido, descanse agora, sua dor chegou ao fim.
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Sobre o incurável
Um dia cinza e frio, uma tristeza, uma xícara de café e o pensamento há milhares de quilômetros daqui. Por vezes, o pensamento voa para milhares de dias que já vivi e eis aqui o imutável e a causa do meu desconsolo: a impossibilidade de viver novamente certos momentos que de tão marcantes e intensos, se tornaram inesquecíveis. Nove anos já se passaram, mas as vezes parece que foi ontem e temo pelo dia em que vou pensar "50 anos já se passaram, mas parece que foi ontem". Alguma coisa em mim não consegue acreditar que aquela história simplesmente acabou, como qualquer outra e que eu nunca mais vou olhar para aqueles olhos intrigantes, aquele cabelo arredio e aquele sorriso envolvente. E exclamo e grito: como eu queria me convencer que acabou! Mas não... em algum lugar do meu coração existe uma pequena (mas forte) esperança de que um dia, talvez com 70 anos, poderei mirar aqueles olhos novamente e ver o menino que eu amei, que me fez conhecer o amor e a dor, na mesma intensidade. A única coisa que o tempo foi capaz de apagar foram as mágoas... nem lembro das palavras rudes, das discussões severas, das procuras por puro interesse, das vezes que o mundo dizia que ele "estava me usando"... Estes anos todos passaram e quando penso nele só sei desejar coisas boas, felicidade, amor, alegrias e que ele tenha uma vida tranquila e duradoura, diferente de outros tempos em que eu só conseguia desejar que ele chorasse todas as lágrimas que um dia derramei. Naquele tempo, éramos tão jovens, de humor volátil, explosivo e extremamente imaturos, eu não sabia amar, muito menos ele. Do mundo pouco sabíamos, tão pouco do amor. Hoje temos vidas tão diferentes, realidades distantes e o meu lamento não é por não te-lo hoje. Minha dor é por saber que aquele cara que eu amei não existe mais.
Sobre culpa e lamentos
domingo, 12 de julho de 2015
Meu conto de fadas roubado
E então o príncipe solitário, tão inteligente, tão doce, puro e inocente, com ares de menino, daqueles que a gente não consegue imaginar nem sequer beijando alguém, eis que este príncipe se descobre homem e supreende a todos quando conquista o coração de uma jovem princesa, tão meiga, doce, delicada, pura, pequena, de aparência frágil, tão à altura dele, num encaixe perfeito, formando um par que transpira divindade. E na tarde fria de um sábado do mês de junho, eles se casam num evento com sabor de contos de fadas, tão lindo e digno de perfeição. E eu? E por que não eu? Por mais que meu coração esteja aparentemente bem resolvido, nunca senti tanta dor ao olhar para meu rosto no espelho, olhar para um passado sombrio e perceber claramente os motivos por que não eu. Minha índole se assemelha à de uma prostituta perto daqueles dois. Eu estava no mesmo caminho que eles, caminho de retidão e santidade e por impaciência desisti, fui buscar o amor por mim mesma e só encontrei lama ou algo parecido com chorume. Manchei vulgarmente a minha reputação e lógico, quando cruzei com ele, ainda que eu tentasse chegar a seus pés, jamais estaria à altura dele e novamente desisti. Esse casal é o retrato vivo de um futuro que me foi prometido no passado, um futuro que eu sonhei pra mim no passado e que troquei por meia dúzia de migalhas de amor, na ânsia de ser amada. O que tenho hoje talvez seja além do que eu mereça, mas o que vivo é infinitamente inferior ao que eles tem e construiram juntos. Ele é só dela, nunca foi de mais ninguém; ela é só dele, nunca foi de mais ninguém, nunca antes tocada, imaculada. Eu fui de muitos, meu par foi de muitas e a sobra desses passados é a nuvem negra dos meus dias.
quarta-feira, 1 de julho de 2015
Eu quero silêncio
Fugir
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Mais algumas dúvidas
Qual a linha tênue que divide se eu fico ou se vou embora? Afinal de contas, o que me prende dentro dessas paredes, dentro dessa relação que por vezes é tudo e em outros momentos só me causa dor e infelicidade? Para que lado a balança está pesando agora? Estar aqui e nisso aqui me dá mais alegrias ou dores? Quanta falta faz o doce sabor do vento no rosto enquanto batia asas livremente? Quanto não faz falta as noites sozinha, em que a solidão e o medo me obrigavam a fazer do som da TV minha companhia? Quanta dor me causa o peso do machismo ou quanto prazer me dá fazer as coisas para agradar? No espelho é que não me encontro. Talvez eu tenha me reinventado como uma mulher tradicional e recatada a fim de me adequar melhor aos dias de hoje, criando um paradoxo diante da mulher que eu era outrora. Sinto como se em algum momento eu vá explodir, rompendo essa couraça de boa moça e o monstro promíscuo e sem amor a vida vai ressurgir. Quem eu quero ser? Qual delas me dá mais prazer? Correr riscos ou viver uma rotina tranquila e previsível? Dúvidas que me consomem, me corroem e enlouquecem.
Sem palavras
Ótimo que tu tenhas planos que não me incluem, que tu vais correr atrás dos teus sonhos e adquirir todas as coisas que tu quiseres, ótimo que teus planos levantam tua auto estima que sempre esteve alta, a ponto de tu colocares uma música de festa, de agito, de lugares abarrotados de mulheres bonitas enquanto eu fico aqui, como o cão abandonado, tentando melar teus planos que vão acabar com as nossas noites juntos, que vão me colocar na rua pra mendigar atenção de outros porque eu não vou ficar em casa bancando a boa moça enquanto tu te diverte na rua e coloca empecilhos pra não me levar junto. Sim, ao mesmo tempo que tu queres ganhar dinheiro, quer sim fazer coisas sozinho, como se a nossa vidinha medíocre já tivesse te enchido o saco e agora tu só quer fazer outras coisas, sem a minha companhia. E como esperar algo diferente de alguém que só quer minha companhia quando estou de bom humor, se quando estou irritada de dor inventa uma desculpa pra ir ouvir música e ficar olhando facebooks alheios. E o que pensar de uma relação cheia de altos de baixos, em que eu nem sei mais os motivos que me mantém aqui?
Dia-a-dia
sábado, 6 de junho de 2015
Enredo
Há tanto a dizer que eu não sei por onde começar, minha cabeça ferve em meio a medos, incertezas, vontades que não podem ser satisfeitas no momento e essas algemas invisíveis que me prendem, sem estar presa. O que eu quero não posso e o que tenho não me satisfaz. Vivo numa redoma de vidro quebrada, impossível de ser o que um dia foi porque ainda que se cole um vidro, as marcas estarão lá. Então sigo tentando caminhar, com as pernas atoladas em um poço de lama que eu mesma construí, num eterno vai e vem, em um eterno não saber o que querer, pior do que o pássaro que voa livre e solitário, infeliz mesmo acompanhada e com medo de ser mais infeliz se acabar com tudo. E para as minhas perguntas, não existem respostas. E não existe quem possa me dar um conselho. Vou viver esperando um milagre que mude o significado dos meus dias.
Rotina
E o dia começa cedo, o despertador toca e o tempo é cronometrado, tudo previamente pensado, 7:00 o trem, 7:25 o ônibus, não sem antes arrumar a casa, fazer café, preparar o lanche do dia, preparada para enfrentar uma rotina de 8 ou mais horas de trabalho, ainda que no privilégio de estar bem sentada, bom computador, ar condicionado, pilhas de papéis, salário em dia e refeitório no trabalho. Uma rotina 5 dias por semana, sem muita flexibilidade, faltou? Pagou. Se atrasou? Faz hora extra pra compensar. Tudo isso durante o mês inteiro, o ano inteiro, que soma a mais anos até fechar 30 ou mais, para enfim gozar de uma aposentadoria miserável, que vai te obrigar a trabalhar mais tempo, se a saúde permitir. Eu e mais milhares de pessoas no mundo, umas em condições melhores, outras em piores, mas sim, somos nós que fazemos esse mundo girar, essa máquina repleta de diversas engrenagens andar, nunca alcançando a perfeição, mas eu, pelo menos, dando o melhor de mim, para ter uma pequena compensação ao fim do mês, garantindo meu sustento e podendo planejar, ainda que nunca alcance tudo que eu sonhe. Sim, este cenário parece duro e por vezes nem sei como aguento tudo isso, mas o que me move é a gratidão, por pelo menos ainda ter todos esses privilégios, que tão poucos tem!
sábado, 30 de maio de 2015
Sem sentido
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Derrotismo
Uma nuvem de algodão no céu
Um balão que sobe, uma mente insana
Ilusões perdidas, sonhos despedaçados
Uma tarde fria, a falta de fome
O sino da igreja badala
O cortejo sobe a pé e silencioso
Eu, indigna da felicidade,
indigna do amor,
uma missão de tristeza a cumprir
O dia hoje acabou antes m
esmo do sol se pôr.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Ele? Incerteza.
A adolescência de Anabela
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Remando
terça-feira, 31 de março de 2015
A maior de todas as saudades
segunda-feira, 23 de março de 2015
Os lírios morreram
sábado, 10 de janeiro de 2015
A abertura da porta de um caminho louco
Eu me lembro claramente da primeira vez que meus olhos encontram os teus, tão enigmáticos a ponto de despertar em mim uma curiosidade jamais vista sobre a face da terra. Eu me lembro claramente daquele empatia imediata, do sorriso fácil e da atração quem nem era nossa ainda, mas de nossos corpos. Lembro de ter te perdido de vista, de seguir minha noite normalmente até esbarrar em você de novo e, se a vida nos deu essa segunda chance, então não poderíamos desperdiçar. E simplesmente resolvemos não mais resistir àquela atração natural e que parecia fugaz, permitindo que nossos lábios se encostassem pela primeira vez, sem saber a porta de um caminho louco que estávamos abrindo naquele momento. Sabe aquelas cenas de filme em que o cenário fica embaçado e só o casal aparece com nitidez? Então. É assim que nos vejo, naquele primeiro beijo, há anos atrás e luto para não esquecer os detalhes, eu não quero esquecer. Você foi a coisa mais louca que me aconteceu, um sentimento totalmente indefinido, tão enigmático quanto aqueles teus olhos, atrás de lentes e ainda assim encantadores.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Ainda... Anabela
Anabela, tão bela, acende mais um cigarro e o traga vagarosamente enquanto observa as unhas vermelhas meticulosamente pintadas na noite anterior. Não contente com a nicotina, abre a geladeira e serve uma dose de um uísque barato, que foi o que deu para comprar. Duas pedras de gelo, naquele ritual de reflexão que ela faz, embora odeie pensar sobre seus dias, sua rotina e reze para esquecer a cara escrota de alguns clientes. Seu corpo exala um odor fétido de sexo, a cama implora para que os lençóis sejam trocados. Naquele dia foram 7 clientes, o negócio estava crescendo e ela nem lembrava mais o gosto de um beijo apaixonado. Anabela, embora fosse uma puta, quando vista na rua ninguém diria que ela tinha essa profissão. Ela era graciosa, corpo delicado, pele branca e bochechas rosadas. Usava vestidos soltinhos, com estampa de flores do campo e um relicário, que só Deus sabia o rosto que continha lá dentro. Ela cheirava à essas mesmas flores que estampavam seu vestido e diziam que ela tinha ares de boneca. Mas quando a noite caía, a moça delicada ficava dentro do guarda roupas. Encarnava o personagem que lhe garantia o sustento: roupas curtas e coladas, batom vermelho e decote avançado.
Ano Novo
E mais um ano começa. Acho que dividiram o tempo desta forma porque sabiam exatamente quando estamos cansados. Dividiram o tempo para que tivéssemos um estímulo para renovar nossas esperanças, para nos auto propor mudanças, para ganharmos um empurrão a fim de tomarmos uma decisão que fora sempre adiada, para traçarmos metas. Ainda assim, há os pessimistas que dizem "vai começar tudo de novo" como se isso não fosse uma dádiva. Começar de novo, ter essa chance, é privilégio para poucos. Dividir o tempo, para mim, foi algo genial. Que em 2015 eu viva menos dentro do meu mundo imaginário, porque a realidade vai ser bem melhor. Que eu me permita sonhar mais e sonhar alto pois para isso não há limites. Que eu possa sorrir dos erros que cometi, ciente de que muitos ainda serão cometidos. Que eu possa me conhecer mais, me fazer ouvida, que meus sentimentos sejam relevantes. Que meus méritos sejam reconhecidos pelas minhas capacidades. Que eu possa acordar todos os dias desse ano, com a consciência limpa e pronta para trilhar os caminhos que eu escolher.
Estou pronta. Pode vir 2015.