sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

O indecifrável

Observo a chuva caindo lentamente lá fora e os pingos que correm na vidraça seguindo seus destinos. Está frio e me aqueço com uma xícara de chá fumegante, enquanto espero as horas passarem despretensiosamente. Sessenta e nove dias já se passaram desde que vi a face da morte levar a mulher que mais amei na minha vida. E a morte me causa fascínio, medo e a considero o maior mistério a ser desvendado. Seria a morte apenas o ato de um coração parar de bater? Ou seria um anjo negro que beija as almas enquanto as retira de seus corpos terrenos e as leva para o indecifrável? E se existe um depois, o que tem lá? E sobre o fim de todos nós, só encontro perguntas e nenhuma resposta concreta.