quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Dívida

Eu o encontrei em uma reunião de amigos, dentro de um museu. Ele estava do mesmo jeito como quando o conheci, há mais de dez anos atrás. Alto, moreno claro, cabelo preto liso, agora mais curto, olhos puxados, um sorriso encantador e dotado de uma inteligência admirável, o semi-deus de sempre. Quando ele saiu para buscar um copo de água, eu fui atrás. Esbarrei com ele em um corredor e disse que eu tinha uma dívida com ele, dívida esta que eu estava pronta para pagar. Quando nos conhecemos, nossas carícias eram intensas e a cada encontro íamos mais longe... e eu queria ir até o fim, mas a culpa não deixou, menina boba e inocente que era. Passado todo este tempo, conheci tudo que pode ser feito entre quatro paredes e sempre quis experimentar as delícias do prazer com ele. Quando eu lhe disse isso, ele ficou levemente assustado, mas como bom homem solteiro que é, adorou minha proposta. Trocamos alguns beijos rapidamente, quando ele me puxa pela mão e saímos à procura de um lugar mais discreto, dentro do próprio museu! Encontramos uma espécie de depósito, cheio de tralhas empoeiradas e um antigo sofá da recepção. Nos agarramos como nos velhos tempos, dois jovens sedentos e cheios de vida, afoitos para descobrir até onde dois corpos unidos podem chegar... tirei a camisa dele, abrindo os botões enquanto beijava o pescoço, a orelha, a nuca e o joguei sentado no sofá. Me ajoelhei em seus pés, abri a calça dele, deslizei as mãos e a língua em uma barriga esculpida pelos deuses e mostrei a ele tudo que aprendi a fazer com a boca nesses anos todos que se passaram... enquanto o fazia delirar, marcamos encontros semanais para ele me dar "aula de inglês"... e quando toda aquela cena ia pegar fogo de vez, meu despertador toca! Tudo não passou de um sonho! De volta pra realidade, inconformada com minha dívida... mas não sei se demoro muito tempo pra pagar!