sexta-feira, 24 de maio de 2013

Diretas


Era legal, sabe. A expectativa do encontro, a curiosidade em te conhecer, o cuidado para não desagradar, a liberdade para telefonar, para dizer que eu queria te ver, os papos na webcam, todos os dias no face ou no celular, nossas conversas... ah, nossas conversas! Da pura filosofia à provocações e sempre junto com agradáveis risadas! 
E os encontros, repletos de pura química, que não eram só sexo, tinha carinho junto, numa mistura perfeita. 
Não era só legal, era divertido, empolgante, coloria meu mundo e claro, fazia com que eu me sentisse muito mais mulher, mais bonita, porque tu fazias com que eu me sentisse desejada e querida.
Agora entendo que as palavras realmente têm poder. Numa das primeiras vezes que te vi, eu disse "você é minha última tentativa, entrou no meu coração, ninguém mais entra". Isso virou realidade porque, o que temos agora? O que somos agora? NADA.
Não restou nada de tudo isso de tão legal que foi.
Ficaram as promessas: a janta que tu ia fazer para mim, no meu apartamento; o fim de semana na praia; ficou o teu pedido de que eu aprendesse a cantar e cantar para ti. Ficou o vazio, a desilusão e uma terrível sensação de inferioridade porque, como se o fim por si só não fosse suficientemente triste, ele só existiu porque você optou por outra pessoa. 
Dor de cotovelo? Talvez. Mas o que mais me dói é a dor de pensar no que poderia ter sido...
BLAH, BLAH, BLAH.
Balela, sentimentalismo que só abate quando os hormônios estão desregulados, se tu não me quis foi porque não me merecia e eu quero que você se ferre junto com essa "chinelona" pela qual tu optou... Eu não me importo, eu não estou "nem aí". Vai pro inferno.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Sonho



Sonhei que tinha recebido uma carta e nela era a tua letra desengonçada, num poema escrito no canto da folha, com letras tortas e palavras que não consigo lembrar. A emoção foi a mesma de quando, na realidade, abria os envelopes com tuas declarações de amor que demoravam a chegar.

Na verdade, no sonho, eu tinha encontrado uma velha carta, escrita naquele tempo em que pertencíamos um ao outro e lembro de sentir saudade, talvez a mesma que, vez ou outra, aparece por aqui, me deixando com o pensamento ao longe, canções melosas no rádio e um olhar perdido.

De repente tu voltas ao pedestal, ao lugar que sempre foi teu, que nunca deixou de ser teu; volta a ter um espaço exclusivo em minha vida, em meus dias, embora o mesmo não aconteça comigo, embora tu nunca lembres de mim, ainda que eu faça parte de um passado que está morto e enterrado pra ti.

E me faltam as palavras, não há o que eu possa dizer. Quem foi rei, sempre será majestade.