sábado, 15 de outubro de 2016

Acaso do destino?

Deu a última tragada no cigarro e jogou o toco fora, manchando o filtro com um risco de seu esmalte vermelho. Abriu a porta e entrou no apartamento dos pais, para onde voltara depois da separação. Abandonou um relacionamento que pra ela estava falido, "5 anos de sua vida jogados no lixo" - pensava quando lembrava de coisas que lhe davam ódio. Tentando ser forte, juntava seus pedaços entre uma entrevista de emprego e outra. Queria conhecer pessoas, viver plenamente. E foi então que o destino promoveu o seu mais grotesco e intragavel acaso. Um homem, muito diferente do que ela estava acostumada. Cultura, sotaque, voz envolvente, corpo másculo, postura de homem, dono de si, maduro, e mais mil qualidade que a atingiram com a força de um furacão. Com ele viveu apenas uma lua de mel. Bebeu daquela água, comeu aquela feita e lambeu até o caroço. Coração e ego fragilizados, foi presa fácil, ela caiu de 4, de frente, de lado, por trás. Em nenhum segundo sequer supôs que seria mais um caso banal. Ela só se entregou, se deixou viver uma paixão, primeiro amor de mulher, por que os de menina se tornaram pouco pra ela. Depois ele partiu, com a promessa de esperar ela de mala e cuia para nunca mais sair daquela embriagez que só a paixão causa. Ele não cumpriu a promessa é sumiu. Ela chorou, se odiou, tentou odiá-lo, em vão. Ela seguiu de novo, fingiu que não deu bola porque seu orgulho era de ferro, mesmo que sozinha às vezes se perdesse em pensamentos imaginando como seria sua vida se ele não fosse um fraco, falso, mentiroso. E lá vem o destino de novo: ela foi embora pra perto dele, jura que não foi por causa dele, mas há que se duvidar. Nunca mais se viram, uma cidade tão grande, quase impossível se encontrarem. E quem sabe um dia, dobrando a esquina, no carnaval, ela esbarre naquele sorriso avassalador... Bom, essa será outra história pra contar.