sexta-feira, 23 de maio de 2014

Fim de tarde

O dia está acabando, a sexta-feira foi longa e o trânsito ainda está um caos. Meu cabelo está despenteado, a maquiagem foi sugada pelo desgaste da rotina, o salto joguei para o banco de trás do carro. Minha mente só consegue pensar no momento em que vou entrar em casa, tirar a roupa, entrar na banheira com uma taça de vinho do lado, uma música relaxante no rádio, esperando ele chegar, obviamente tão cansado como eu. Só quero que ele tire a roupa devagar, respire fundo, sirva mais um vinho e venha me acompanhar. Quero suspirar, olhar nos olhos dele e dizer o quanto estou feliz por esse momento, pela nossa relação,  por poder olhar nos olhos dele e rezar para que o tempo passe devagar. Depois do banho longo, dos beijos lentos e carinhosos, quero ir até a cozinha preparar o nosso jantar, sem me importar com o que marcam os ponteiros do relógio. Quero comer devagar, ainda olhando nos olhos dele e rindo dos medos que sentíamos quando nos conhecemos. Quero mais uma taça de vinho para corar meu rosto e me fazer relaxar ainda mais. Quero passos lentos de dança, com o corpo dele embalando o meu, em seus braços. Depois eu quero me aninhar no sofá e no colo dele até o sono chegar e ele me chamar para ir pra cama. Quero recostar a cabeça em seu peito e esquecer a vida lá fora. Quero que o calor do corpo dele seja meu cobertor, e quero dormir e dormindo sonhar que isso nunca acabe. Que nosso amor seja eterno.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Descompassos

O trem anda tão rápido que mal posso ver a paisagem lá fora. Os carros vão ficando para trás e no meio do céu cinza, uma fenda, de onde é possível ver o azul anil. O amor dói, se não doesse não era amor. O amor constrói, mas com a mesma facilidade pode destruir tudo em segundos. Nosso caso não passou de só mais um desses em que um sai sorrindo e o outro fica se arrastando e mendigando por vida. Conhecer você foi como adentrar na fenda azul que fica no meio do céu cinza. Foi como abrir a janela depois de uma longa noite escura e ver o sol entrar, iluminando... E aí veio a chuva que molhou nossos sonhos. Lavou teus sentimentos me levando embora como se eu fosse a sujeira.