quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Um pouco de coragem



Ninguém tem culpa pelo estado em que me encontro. Ninguém tem culpa por eu ter me tornado o que me tornei. Foi a vida que, a duros golpes, me deixou assim; foram os tombos que foram me moldando desde pequena. Quando eu era menina eu já sabia o que era descontentamento e infelicidade. Eu sempre soube o que era não querer viver. Eu já tentei, eu quis sumir, eu fugi. Agora me sinto como um animal engaiolado, sem saber para onde ir. "E à meia-noite — mon Dieu — à meia- noite, o mundo inteiro me parece um assassino impiedoso". E como eu queria que fosse. Que o mundo me chegasse e dissesse "game over", "the end". Alguma coisa me impediu de ir àquela noite, no lugar da tragédia mas hoje eu tenho plena convicção de que era exatamente lá que eu deveria estar. Eu trocaria de lugar com quem estava lá e queria viver, tinha fome de vida, sonhos, tinha base e estrutura. Eu não me suporto mais, não caibo em mim, não me aguento, não tenho mais forças nem vontade. Esta vida nada tem de atrativa, nada mais me alegra, nada me comove, nada me toca. Falta coragem para tudo! Até para encarar o dia de frente, encarar os outros e dizer abertamente que eu não quero mais viver.

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