sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Revendo prioridades

Eu disse que a gente precisava parar. Eu falei para respirar. Nós subestimamos o nosso corpo todos os dias por medo de que pensem que somos preguiçosos que não querem ter uma vida ativa. Perdemos o controle e por mais que tenhamos conseguido controlar o lado emocional, suportando tudo, o corpo a gente não controla. Nossa natureza disparou todos os alarmes indicando que, se não pararmos neste exato momento, o estrago vai ser muito grande, talvez até irreversível. Não somos máquinas e mesmo que fôssemos, todas elas em um determinado momento param com suas atividades para fazer manutenção. O mundo buzina em nossos ouvidos a todo momento nos convidando para entrar nesta maré de correria, trânsito, cheques, 15 minutos de almoço, ônibus lotado, trabalho 12 horas por dia, lazer quase nunca, sonos pela metade. Nos convida a viver uma vida que, para satisfazer todos os compromissos e cuidar de tudo, seria necessário que o dia tivesse 50 horas - ou mais. Logo, se você não parou por bem, mais cedo ou mais tarde vai parar por mal. De repente todas as teorias de meditação e Yoga começam a fazer sentido. De repente percebemos que não adianta nada viver uma vida maluca para ter um bom salário no fim do mês, se vamos gastar parte dele em remédios e consultas médicas. De repente percebemos que nossas prioridades estão completamente invertidas. Vemos amizades se esfacelando por falta de convívio, ficamos tão atolados em nossos afazeres que fazer um simples telefonema passa despercebido - "o mato cresce rápido em caminhos pouco percorridos". E neste ritmo, quando percebemos, estamos distantes de todos os amigos, nos afastamos familiares, pessoas queridas morreram e só resta a culpa por não termos feito uma última visita, tomado um último chopp, curtido uma tarde recontando histórias e dando risada. Parar, pensar, relaxar, respirar. Saúde, família e amigos sempre em primeiro lugar.    

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