sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O que é mais frágil do que um cristal?



O que seria mais frágil do que um fino cristal? Não há nada que seja mais sensível e incerto como a vida. Nascemos sem saber o porquê, nem de onde viemos, o segundo seguinte nos é sempre desconhecido, do amanhã nada sabemos, o futuro é uma incógnita. E nada é tão simples quanto diz a teoria evolutiva: nascer, crescer, se reproduzir, envelhecer e morrer. Quisera eu que essa teoria fosse aplicável e tão simplória quanto ler essas palavras. Falar do ser humano, das relações sociais, dos vínculos afetivos, do desenvolvimento pessoal é falar de algo muito mais complexo do que todos os cálculos juntos - pois a matemática ainda é considerada exata e no que diz respeito ao homo sapiens sapiens NADA, absolutamente nada é exato. Isto é regra e como toda regra há uma exceção: a única coisa certa é a morte. Viemos ao mundo sem que nossa vontade fosse consultada e ainda temos que suportar a imposição do fim da vida. Como uma vela que se apaga, um dia o coração para de bater e tudo acaba. Não importa se você tinha planos, se amanhã você tinha um churrasco pra ir com amigos, não importa se seus filhos e pais vão ficar destruídos com sua ausência, se você tinha contas pra pagar, se ainda não tinha ido para a Disney, se não deu um beijo no amor da sua vida antes de sair. A morte vem e nos arranca do mundo, da vida, dos amigos, da família. É brutal, é cruel, é incompreensível. Inadmissível. Saber que nunca mais poderemos abraçar aquela pessoa, ouvir sua voz, ver seu sorriso, ouvir seus conselhos nos causa uma dor imensurável. O falecido é arrancando do mundo e dos que ficam é arrancado um pedaço. Há os que dizem que isso é natural mas não é, não pode ser. Seguir a vida convivendo com a ausência de quem amamos é seguir mutilado. A saudade nunca passa, a dor nunca para, a ferida fica aberta para sempre. 

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