domingo, 12 de agosto de 2012

Revirada


Ontem a noite eu revirei algumas caixas velhas que há muito não eram mexidas. Encontrei um antigo poema que você copiou da internet mas me entregou, com o peito estufado, feito quem queria me impressionar. Quando eu li vi de cara que as palavras não haviam saído da sua cabecinha mas mesmo assim achei incrível o fato de você ter feito o esforço de escolher um poema, copiá-lo com sua letra e entregá-lo a mim. Quando reli o poema, sentada no chão, revivi aquele momento. Senti sua falta, mas principalmente senti falta de quem eu era quando estava com você. Eu pensei que você era o amor da minha vida, aquela pessoa que eu tenho buscado há tanto tempo. Mas quando você foi embora, vi que você não era essa pessoa e a minha busca teve de ser retomada. Uma busca de um amor, uma relação que talvez não exista no mundo real, só dentro dos meus sonhos. Ter você era ter sossego, a tranquilidade que só tem quem não precisa procurar mais nada. Uma paz que só tem quem encontrou sua outra metade. E agora sigo meus dias vazios e solitários, feito bicho que se perdeu de seu grupo, uma abelha fora do enxame, uma formiga fora do formigueiro.

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