quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O mar que não é meu

Eu não vou nem te olhar mais. Vou segurar meus instintos e resistir bravamente à minha vontade quase incontrolável de olhar para trás e mirar teus olhos azuis feito mar. Vou esquecer nossa conversa na parada de ônibus naquela noite quente feito verão, embora fosse um triste mês de agosto. Vou esquecer utopias que, sem tua autorização, criei com momentos loucos à beira mar ou trancados em um quarto decorando fórmulas e caminhos para resolver tudo, desde simples cálculos de álgebra até nossas vidas. Lançarei no mar do esquecimento (um mar negro e poluído, diferente do mar que vejo em teus olhos azuis) tudo que planejei para nós, assim como dizem que Deus faz com os pecados dos impuros que confessam e pedem seu perdão. Sim. Vou ignorar sua existência, suas dicas, sua voz, seu jeito de ser tão "tudo que eu queria" pois não me permito querer quem já fez suas escolhas e tem uma vida ao lado de outro alguém. E que meus olhos não me traiam.

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