Vou fechar meus olhos e meus
braços se transformarão em asas de borboleta. Meu olhos tudo poderão ver, mas
nenhum ser humano será capaz de me enxergar. O dom da invisibilidade. Minha
mente está vazia e pronta para alçar voo. Do alto, vejo a cidade fluindo, como
o sangue flui na veia de todos os mortais. Mexo meus braços, que agora são asas
grandes e negras como a noite, e elas movem-se com a suavidade de uma mariposa,
pairando no ar. Olho para baixo, a um passo do precipício, respiro fundo e me
jogo... sinto o vento frio no meu rosto, a adrenalina fazendo o coração bater
forte e logo a calmaria... o silêncio de uma dor que já não dói mais, um
coração que não mais apanha, mágoas que vão sumindo enquanto adormeço.
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