quarta-feira, 7 de março de 2012

A espera

O tic-tac no relógio me lembra que já é madrugada e eu ainda estou aqui. O cinzeiro jorrando cinzas pra fora: lá se foram 2 carteiras de cigarro e uns 20 anos a mais no meu rosto. A vodka, morna, pois o gelo já derreteu. No rádio uma música qualquer, uma roupa qualquer, celular desligado e eu desligada do mundo. Da janela do 15º andar observo a vida dos outros, que segue monótona, mas pelo menos segue. Já faz 3 dias que não saio pra fora. E a última pessoa que esteve aqui foi a faxineira, que eu dispensei, já que a sujeira do apartamento não me incomoda, posto que o lixo maior está dentro de mim. Você cruzou aquela porta para nunca mais voltar , como se todo esse tempo juntos nada significasse. Não entendo como uma pessoa trata com tanto descaso o sentimento de outra. E eu fiquei aqui, parada, olhando para a porta na vã esperança de que você entrasse por ela de novo e me enchesse do teu amor, me enchesse de ti, me incluindo nos teus planos, teu dia-a-dia, teu futuro. Mas a porta não abriu. E eu não consigo mais parar de esperar.


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