sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Intensa




















Eu vou guardar a minha dor num potinho, bem lacrado, assim que eu conseguir arrancá-la do meu peito e toda vez que eu novamente estiver começando a gostar de alguém, lembrar-me-ei daquele gosto amargo que ela deixou nos meus dias, fazendo com que eu desista e nem chegue perto de tentar. Não darei mais chances ao amor porque eu nunca tive finais felizes até agora e meu coração está cansado de acreditar e sofrer. O meu lamento é sempre o mesmo: entrego-me e tudo dá errado. Ou não sou correspondida desde sempre. Ou não consigo gostar de quem gosta de mim. Hoje faz uma semana do último beijo e, às vezes, quando me movimento, seu cheiro passa por mim feito brisa suave, não me deixando esquecer o quanto os nossos momentos eram bons. As nuvens no céu não formam mais corações, apenas a letra inicial do teu nome, que vejo por todos os lados. Estou aqui sozinha e jogada na cama feito uma doente terminal, porque sofro da pior doença: a dor da alma, aquela que não tem cura, não tem remédio nem anestésico que alivie. E de repente, o mundo que eu vinha construindo cai. Os velhos olhos vermelhos se fazem presentes no dia a dia, a solidão entra pela porta da frente sem pedir licença e o dia fica cinza, sem uma luz sequer, sem uma saída de emergência. A canção e os dias ficaram tristes desde que eu me dei de cara com a ausência do amor próprio. Onde foram parar minhas decisões? Por que eu estou tão surpresa com mais uma decepção? Ainda não aprendi a arte de não se apaixonar. Eu não sei ir devagar, eu não sei me entregar aos poucos e sei muito menos não me entregar. Só sei dar o meu melhor, mesmo que ninguém mereça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário