E se, de repente, eu desistisse de tudo? Sem lágrimas nos
olhos, colocar o básico numa mochila, pegar uma carona e ir para qualquer
lugar. Banhos em postos de gasolina, lavar a louça por um prato de comida, ir
pegando uma carona atrás da outra e nunca saber onde vai parar. Viver uma vida
sem planos, sem obrigações, sem impostos e como diz a música: “sem lenço e sem
documento”. Experimentar o que o mundo tem a oferecer para quem realmente não
se enquadra nos estereótipos, quem desistiu de acreditar em dias melhores e
apenas vive, um dia atrás do outro, sem o dever de ser feliz. Viver à margem da
sociedade, literalmente. Quem sabe assim eu conheço todo o estado, o país, o
mundo? Quem sabe assim eu esqueço as dores que essa vidinha medíocre e
certinha, cumpridora da Lei, boa cidadã me trouxe? Quem sabe assim não
acontecerão mais frustrações pelos planos que não se realizam? Quanta gente boa
eu vou conhecer, quantos caminhos à percorrer? Vivendo a vida de uma forma
peculiar, parando em manchetes de jornais e televisão? Sem amores, sem dores,
sem paradeiro certo, sem residência fixa, sem saber e não ter a mínima ideia de
como serão amanhã... Quem sabe a ânsia de ser feliz se resume em uma palavra:
LIBERDADE?
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