sexta-feira, 28 de junho de 2013

Conexões desconexas

Enquanto o mundo segue louco, cheio de gente cega com olhos perfeitos, gente surda que ouve tudo e não ouve o coração, eu sigo sendo levada pela maré. Eu protesto contra o amor, aquele que me disseram que sem o qual não éramos felizes. Sim, a solidão não me faz mais feliz, mas pelo menos não me faz sofrer. No amor é oito ou oitenta, duas faces opostas, um jogo de loteria em que, ou tudo se ganha, ou tudo se perde, sem meio termo. Meus dias vazios e solitários as vezes cansam, causam carência, mas não existem lágrimas no meu mundo. Choro não mais pelas feridas que o amor me causou, agora cicatrizadas. Choro pelas dores do mundo, pelas atrocidades que o ser humano é capaz de fazer tanto contra seus semelhantes, como com espécies diferentes. Choro pela escassez de bom senso, educação, cuidado com o outro, carinho; pela falta de altruísmo, paciência, mãos estendidas para ajudar. Num mundo onde abunda falcatrua, por vezes me cansa ser honesta, mas o sangue que corre em minhas veias e as tradições não me deixam desistir. De alguma forma, toda honestidade e carinho que eu dispenso aos outros seres humanos que comigo convivem, retornam para minha vida. 

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