quarta-feira, 4 de julho de 2012

O violonista


Seus dedos correm soltos no violão, feito o corpo da mulher desejada: faz carinhos nas cordas como na pele, aperta como num abraço, agarra com a delicadeza necessária. E o violão geme, cantarola as notas com perfeição, como o suspiro de quem recebe o toque do ser amado. De sua boca sai uma voz grave, dado o grande homem que és, mas que, feita em canção e combinada ao som do violão, embala minhas tardes frias na solidão desse apartamento. Entra em meus ouvidos suave feito poema, doce como um alfajor... Te ouvir é como te ter. A música é a personalização do homem que a canta.

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