quarta-feira, 11 de julho de 2012

O amor morreu

Entrou na igreja e sentou-se no último banco. Atrás de um véu negro escondia o rosto, já percorrido por muitas lágrimas. Atraiu os olhares curiosos dos convidados que aos poucos iam chegando. Ela estava em luto. Assistiu calada o amor da sua vida entrar naquele corredor, lindo, sorridente, mas que perdeu o sorriso ao vê-la sentada ali. Ele sabia a dor que estava lhe causando. Assistiu, novamente calada, a noiva entrar à igreja toda de branco: um branco que contrastava com sua impureza. Ouviu cada palavra da cerimônia. Ao escutar da boca do seu amado o "sim", foi como se seu coração tivesse rasgado ao meio. A vida que ela planejou com ele estava sendo desfeita naquele instante. E para que tanto amor? Para que tantas promessas? Onde foi parar todo o sentimento que ele dizia ter por ela? E os sonhos que sonharam? Tantas foram as perguntas que ficaram sem respostas. Tantos foram os questionamentos que quando ela percebeu a igreja estava sendo fechada: o ato estava consumado. Saiu dali com passos trôpegos em direção a um futuro desconhecido. Um corpo de mulher que caminhava, embora ela estivesse morta. Sentou-se ao chão e acendeu umas velas. O amor morreu.

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