terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Desconexões

E nesta noite, ao lado da Lua, eu vi Júpiter. Pousei meus olhos sobre aqueles dois astros, sem pressa de desviar para outro lado. Meu corpo treme sentindo falta da droga mais poderosa. Meu coração aperta enquanto tento respirar. O ar entra com dificuldade, eu perdi meu presente de Natal. Como se não bastasse estar no fundo do poço, não quero mais aquilo que me acalmava, meus olhos estão encobertos pela lama. Eu quero a minha vida de volta, aquela que tiraram de mim aos poucos. Sinto vontade de chorar, mas não posso. Sinto vontade de rasgar meu peito para essa dor sair daqui de dentro, mas não consigo. Minhas mãos tremem na iminência do desespero, quero fugir mas não tenho pra onde, quero me esconder mas não há esconderijos. Por que você sumiu quando eu mais precisei? Por que é tão difícil falar da minha dor para os outros? Por que eu mantenho sempre esse sorriso no rosto se no fundo tudo desmoronou? Eu não sei falar da minha dor porque não quero deixar ninguém triste. Não estou chorando por ser fraca, mas porque fui forte demais durante muito tempo. Agora acabaram as minhas forças, virei um nada. Sou só mais uma, simplesmente mais uma entre os indigentes da grande cidade. Ficarei entre os marginalizados e excluídos, me juntarei àqueles que um dia ajudei. Quem vai me alcançar a mão e me mostrar um caminho? Minha amiga, você não imagina o quanto você está no lucro. Estás melhor que eu, com certeza. Vamos trocar? Vens de volta e eu vou no teu lugar.

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