sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Encontro fatal

Pude sentir o sangue escorrendo quente das minhas mãos, tamanha era a força que eu tinha batido contra a parede. Minha raiva saía pelos meus poros, não pude controlar e antes que eu cometesse um crime então que eu me quebrasse em mil pedaços. Tratei de me recompor e voltar para a festa. Ele ainda estava lá, quando na verdade me disse que estaria em casa. E foi quando ele me viu ali, parada feito uma estátua e os olhos vidrados nele e na sua nova companhia. Ele sabia do que eu era capaz e não faria nada que despertasse meu ódio. Me olhou com os olhos estalados de pavor e falou alguma coisa no ouvido dela que a fez olhar para mim e depois sumir no meio da multidão. Ele ficou parado por alguns instantes, com certeza esperando eu correr até lá mas eu nada fiz, continuei ali, imóvel, dos olhos corriam as lágrimas contra a minha vontade, obviamente. Eu queria ser forte, mas por dentro sentia tudo desmoronar e a primeira coisa que tinha ido por água abaixo era minha confiança, aquela que eu tinha cegamente por ele. Foi quando ele deu o primeiro passo até mim e eu instintivamente dei um passo para trás. Virei as costas lutando para não correr até ele e o questionar e saí dali, entrei no primeiro táxi que passou e fui embora. Nenhuma atitude impulsiva, nenhum escândalo, nenhum crime. Deixei ele parado na calçada gritando meu nome. Meu telefone tocou tantas vezes naquele resto de noite que tive de desligá-lo para conseguir dormir. E o nome dele nunca mais foi dito pela minha boca. Quem trai a minha confiança não merece sequer que eu pronuncie seu nome.


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