domingo, 4 de novembro de 2012

Sem julgamentos

E então não me condene se eu falo sozinha, se eu brigo com o espelho ou se eu tenho medo do silêncio e da completa escuridão. Fale no dia em que estiver na minha pele e puder tomar as decisões por mim, talvez assim consiga apagar o cigarro enquanto digito e jogar toda cerveja e a vodka no ralo, me tirando de uma vida de possível alcoolismo futuro. Não dirija a palavra a mim se for pra dar pitaco, eu mando na minha vida, você não paga as minhas contas, não está aqui para afastar a solidão e apagar todas as memórias ruins que me rodeiam. Não diga nada quando souber que eu ando pelas sarjetas, vivendo amores voláteis de uma noite, afinal, foi você quem e jogou nesta neste inferno quando me virou as costas naquela esquina. É isso, a razão de tudo, de todo este descontrole, de toda sensação de estar perdida nasceu naquele dia em que você me expulsou da sua vida, me deixando jogada às traças, sentada na janela do sétimo andar, com as pernas balançando no ar. Mas eu sou uma medrosa e covarde, deveria ter aprendido a voar naquela manhã enquanto o sol nascia, para que você carregasse a culpa todinha das suas costas. E não foi o que eu fiz, fiquei parada na tua e entregando tudo que você queria durante longos cinco anos e agora só não é assim porque você não está por perto.

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