sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O sonho



Acordei, ainda deitada no leito terno a que adormeci na noite anterior. Meu corpo, sonolento; abri os olhos vagarosamente e vi o teto do meu quarto, cinzento e com as mesmas estrelas que brilham quando apago a luz. Tentei me mexer e foi quando percebi que meu braço esquerdo estava esticado à minha frente, formando um ângulo reto com a linha do meu corpo e sobre este braço um peso. Ao virar-me, deixando meu corpo de lado sobre a cama, você estava ali, com a cabeça sobre o meu braço, daí o peso a que me referi antes. Aquele mesmo rosto de promessas fáceis, de sorriso lindo e sombrio, olhando para mim, deitado na minha cama de novo, habitando o meu quarto, o meu mundo, a minha vida novamente. E, frente a frente, olhos nos olhos, foi impossível evitar um sorriso, mais de estranhamento do que de alegria, brotando em meus lábios. Ao mesmo tempo em que sorríamos um para o outro, tentei aproveitar aquele segundo de paixão, aquela fração de sinceridade, de amor verdadeiro, há tempos não experimentado. Mutuamente, puxamos nossos corpos um contra o outro, pra ficar mais perto, se perto. Senti o arrepio frio correr dos meus pés, até a raiz do cabelo e a sensação de paz e aconchego que só sentia estando assim, nos teus braços. E antes que qualquer palavra fosse dita, antes de lavar a roupa suja, antes de armar minhas defesas e ficar na defensiva...por um instante fechei os olhos e te abracei, te aconcheguei contra o meu corpo, num instinto forte de te proteger, te cuidar, te aproveitar pois só eu te sei, só eu...e então acordei, agora sim na vida real. Pronto, minha dose de você já estava tomada por hoje.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Senti um arrepio cavalar lendo isso..mas estou feliz por mim agora pq me libertei e sei que tu tb vai conseguir, pode demorar , mas sempre chega o dia da auforria.

    ResponderExcluir