quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Formato Mínimo


Começou de súbito, a festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe, ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos, ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido e ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos, em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos e ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis, ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico e ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo e ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito; desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida, feita do desejo, a vítima
Fugiu dali tão rápido, caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico, transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica, o amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico, da triste solidão, a rubrica.


2 comentários:

  1. Poema muito bonito. Copiei, colei e tomei a liberdade de divulgá-lo na Rede, com a devida identificação da autora. Caso desautorize, é só me comunicar. Está no meu blog.

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  2. Ah, amigo! Este texto pertence a uma música da banda Skank! Não são minhas palavras, mas por traduzirem tantos momentos da minha vida, tomei a liberdade de colocá-la aqui!

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