sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Anabela - Parte 2

ANABELA, PUTA, PROSTITUTA, VADIA, VAGABUNDA. Era assim que as senhoras distintas da sociedade a chamavam quando descobriam que seus maridos pervertidos haviam se deitado com ela, as senhoras desciam ao mais baixo nível numa busca cega de culpar Anabela e não ver que os interessados no sexo prazeroso que talvez não tivessem em casa era eles, seus maridos e pais de seus filhos, honrados nos negocios, de conduta publicamente ilibada, mas que durante uma "reunião" ficavam de quatro implorando que Anabela os surrasse com um chicote e apertasse a coleira em seus pescoços. E ela, boneca inflável sem sentimentos e com uma pele que não era de borracha, penteava os longos cabelos castanhos encaracolados naturalmente nas pontas, enquanto fumava um cigarro e ouvia as senhoras de classe perderem a classe gritando escandalosamente em frente a sua janela. Anabela, então, apagava o cigarro, cobria o corpo nu com uma camisola cheia de ursinhos e estrelas que ganhara há tempos de sua mãe, colocava os fones de ouvido e adormecia, como se o mundo a sua volta e a consequência de seus erros não importasse. Não mais.

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