Eu te procurei incansavelmente, puxei conversa todos os dias e as tuas investidas alimentavam minhas esperanças como naquela manhã que você me ligou assustado por causa de uma música que publiquei que dizia que não dava mais. Achei que estava fazendo tudo certo para te manter ao meu lado sempre que eu quisesse, te deixando livre para viver e conhecer qualquer pessoa, como de fato aconteceu.
E você foi me levando no banho-maria, me tratando como uma carta na manga, a opção na falta de opção e meu coração aceitando e se submetendo, porque eu gostava de ti mais do que eu pude mensurar. Sei que meus erros que não foram poucos pesaram contra mim, como na noite em que enchi a cara e te mandei onze mensagens de texto como uma doida desesperada.
Aceitei, embora contrariada, em ser a "outra", mais uma vez, porque gostava tanto de ti a ponto de fazer o que fosse para te ter de vez em quando. Até que a tua covardia foi maior do que qualquer resto de paciência que eu ainda tinha, quando disse que iria se sentir mal e com peso na consciência por me ver, admitindo que era covarde.
Foi daí que eu tomei uma atitude que nunca tinha tomado antes, uma atitude de falar tudo o que eu pensava e sentia realmente e te dizer que não te queria mais, que nossa historia de faz de conta acabava ali porque eu não aguentei ficar o dia dos namorados sozinha sabendo que tu estavas com ela e, nem assim, ser capaz de me dar um pouco de atenção depois dessa data idiota.
Não vou negar que sinto a tua falta, que lembro de ti em quase todos os dias, que meu corpo chama pelo teu tão alto que quase posso ouvir. Não vou negar, também, que já me arrependi tantas vezes por ter cortado relação contigo, porque tua amizade, ter a liberdade de conversarmos, desabafar e poder saber de ti era tão ou mais importante do que teus beijos, teu toque, sentir teu corpo no meu.
Descobri no fim de tudo que, eu que sempre voltei atrás quando me arrependi, aprendi a ter um orgulho próprio que antes não existia, que me impede e me faz forte quando tenho vontade de fraquejar. O saldo positivo foi esse: aprender a colocar um fim no que não me faz bem, não me satisfaz. Aprender que, acima de tudo, eu tenho que estar feliz com uma relação. Chega dessa historinha de se doar para ter o nada em troca. Agora sou EU, em primeiro lugar.
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