segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Agosto



O telefone não toca. Tento fugir da solidão enquanto tropeço nos sonhos mortos e na sucessão de erros que cometi e que me trouxeram até aqui. Me perco na bagunça dos meus dias, dos horários sempre apertados, dos trens e ônibus lotados, da pausa breve para o almoço, do trabalho e suas horas extras que não me permitem ver a luz do dia. Deletei todos os contatos indesejados, os amores de uma noite, os caras que só ligavam quando queriam satisfazer-se. Troquei o número do telefone. Não tenho mais MSN, nem pertenço mais aos sites de encontros. Talvez eu mesma tenha buscado a solidão. Eu mesma criei este isolamento feito uma lagarta que se fecha em seu casulo e agora sair disso é que está sendo difícil. Me acomodei no colo amigo que me acolheu, deixei de procurar aqueles "amigos" que nunca mais perguntaram se eu estava bem, mesmo sabendo que eu não estava. Certamente, agosto está sendo o mês que eu consegui colocar o nariz pra fora deste fundo de poço, deste casulo grosso que a vida me fez criar. E aos poucos, parte por parte, eu vou saindo porque eu não nasci para me conformar com as dores do mundo, muito menos para ser sozinha.

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