quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

As flores que tu plantastes estão novamente perfumando tudo nesta primavera. As árvores, também plantadas por ti, estão carregadas de flores, como se tuas mãos zelosas ainda as protegessem das ervas daninhas. Trezentos e sessenta e cinco longos dias já se passaram desde a tua partida. O sol continua raiando e se pondo, e eu por vezes me pego sorrindo. Por muito tempo achei que não suportaria tua ausência: quando fraquejei, sempre tentei imaginar que conselhos tu me darias no momento de fragilidade e eles vieram sempre, como um relâmpago na mente iluminando a escuridão. E isso me fez ter a certeza de que continuamos juntas, conectadas de alguma forma, a ponto de teus conselhos serem quase audíveis. O amor é o mesmo, a saudade nunca termina e por vezes ainda não consigo acreditar que tu não estás por perto. Ainda não esqueci o número do teu telefone, tua voz, o nome dos teus remédios, tuas dores, o som da tua risada quando eu te fazia sentir cócegas. Às vezes parece que tudo mudou e o mundo não tem mais a mesma cor. Depois parece que nada mudou, que tu só continuas morando longe e que a gente se fala com frequencia. De qualquer forma, tu continuas viva: em mim.

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