quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Aos 14

Eu me equilibrava em cima do muro enquanto colhia pitangas. O cheiro das manhãs embaladas por estudos e mate doce com canela. A companhia amorosa da Vó. Os hormônios começando a dar as caras, eu deixando de ser menina para me tornar mulher, escolhendo amores. Os passeios com as amigas na praça da cidade, aos domingos à tardinha. As risadas infinitas em aula e fora dela. Tudo era vida, sonhos, amizades, despreocupação (meu único dever era estudar). Lembro claramente da luz do sol tímido da manhã iluminando o pátio, visto pela janela do meu quarto. Ouço a Vó cantarolando enquanto fazia o almoço e batendo as panelas. Não pensava muito no futuro, o presente era deliciosamente e inocentemente vivido. A maldade humana era algo muito distante. A vida era colorida aos 14.

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