Penso em você todos os dias.
Desde quando acordo, naquele momento em que a gente abre os olhos fazendo força
para não dormir de novo, até antes de dormir, quando deito e penso nas coisas
que tenho que fazer amanhã, embora pensando na minha rotina do dia seguinte,
consigo pensar em você ao mesmo tempo. É como se você estivesse dentro da minha
mente, pois te vejo em tudo o que estou fazendo e sentindo. Talvez isso seja
uma tentativa de me sentir perto de você, talvez isso seja um mecanismo de
defesa que desenvolvi, que transcende a teoria de Freud, para não sofrer com a
tua ausência. Só que é tão forte, que eu
não consigo mais parar de pensar, é algo que absorvi e já faz parte de mim e o
pior de tudo isso é que não consigo entender nada, entre outras coisas que não
compreendo desde o segundo em que te vi pela primeira vez. Penso tanto que de
certa forma acho que você também pensa, pois já perdi as contas das
coincidências que aconteceram como te ligar no momento em que você está
escrevendo um SMS pra mim. De repente me vi como a menina que sempre quis
voltar a ser, que acreditava no amor, nos contos de fada e no príncipe
encantado, ciente de que perfeito ele não poderia ser. Concluí que todos os
amores e desamores que vivi para nada mais serviram além de me preparar para
alguém especial, para quando o cara certo entrasse na minha vida. Esse passado
me moldou, aparou as arestas e quando eu deveria me sentir preparada, me sinto
na verdade tão confusa quanto uma garota de 15 anos. Escondi-me da dor atrás de
uma capa de mulher moderna, que acreditava e aceitaria o amor livre, sem
deveres de fidelidade, que dizia que o que importava era o lado profissional e
não o amor, que não acreditava em amores que duram há 30 anos ou mais, que não
queria casar e nem ter filhos, só ter encontros casuais e bastava. Até que,
dias antes de lhe conhecer, despi-me do orgulho e admiti para mim mesma que
estava cansada de estar sozinha e que sabia que um amor agora me faria muito
bem. E te conhecer não parece ter sido apenas conhecer: sinto que nos REconhecemos,
pois foi tudo tão intenso desde os primeiros segundos. Resisti bravamente aos
teus incessantes pedidos de namoro, dizendo que só a palavra “namoro” me
causava pânico, só conseguia imaginar uma relação baseada no ciúme e privações
de liberdade. Você, sempre teimoso, já dizia que nossa relação era namoro sim e
que eu estava “pega”. E como sempre, você tinha razão. Não consegui mais fugir
da tua oferta tentadora e compassiva de me dar (sim) AMOR. E fechei os olhos,
suspirei, esqueci o medo e me atirei em seus braços, me dei inteira pra você,
como quem diz: estou cansada de cuidar de mim sozinha; estou cansada de não ter
alguém para cuidar e dar todo esse amor que tenho reprimido e estou cansada
disso também. Pronto. Agora sou tua e o amor que não me decepcione, pois não
tenho mais forças para tentar de novo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário