quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Banalidades

Os anos passaram sem que eu pudesse controlar a torrente de acontecimentos que me trouxeram até aqui. A vida foi fluindo feito rio durante uma tempestade e eu fui tentando me acomodar em meio a correnteza, que passou rápido demais, mal pude observar a paisagem e agora aqui estou: saindo da casa dos vinte anos para entrar nos trinta. A maturidade nos fazer perder a paciência para muitas coisas, inclusive para pessoas e relações complicadas. Adultos, perdemos o tato para a sensibilidade alheia e nos tornamos práticos demais, querendo resolver as coisas rápido para podermos descansar na frente da TV e dormir em paz. Dez anos atrás era totalmente abominável ficar em casa em um sábado a noite assistindo TV, agora é o paraíso. A jovialidade deu espaço à responsabilidades infinitas! Não podemos perder a hora, não podemos faltar ao trabalho, nossos recursos são limitados para aproveitarmos a vida como deveríamos aproveitar. Não se vive plenamente, é um corre-corre em meio a correnteza... Quando percebo que tudo está mecânico demais, observo a paisagem da janela do trem. Abro a janela para a luz da lua entrar enquanto penso: o que me fez estar aqui, neste lugar, nesta vida, nesta casa, nesta família, neste relacionamento, neste trabalho? E essas são perguntas sem respostas, apenas me abro para que o Universo me ensine o que preciso aprender para evoluir. Me entristeço enquanto tento achar sentido para tantas coisas... e maioria delas não tem. Então, procuro encontrar a felicidade nas pequenas coisas: livros, filmes, momentos com quem eu amo, surpresas agradáveis e banais do dia a dia. Não sei se a vida pode ser mais do que isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário