terça-feira, 7 de junho de 2016

Fome

Não ouso sequer sussurrar teu nome, nome proibido, nome escondido nas gavetas velhas e profundas de um coração que não soube esquecer cada letra desse nome que só o som ao falar ecoa e atiça meus instintos mais ferozes, mistos de raiva, tristeza, desejo... Sim, rapaz. Não menciono teu nome porque a louca que mora aqui dentro acorda e me domina, me forçando a engolir meu orgulho, tripudiar as regras, foder com a moralidade, e sair por aí, feito fera faminta à tua caça, mordendo os lábios e apertando as coxas pra não escorrer o mel (ou seria fel?) que me lambuza nas noites frias enquanto penso nas tuas mãos grandes, em todos os centímetros de pele desses quase dois metros de altura, lembrando dos teus cabelos que aperto os dedos só de pensar na textura macia e na vontade incontrolável de puxá-los obrigando tua boca a percorrer meus lábios e outros caminhos que podem me levar ao delírio instantâneo! E enquanto me contorço, fervendo em mim, uso de uma força inimaginável para não pegar o telefone e te ligar e te dizer tudo isso, de todos os pensamentos perversos que tenho ao imaginar você concordando em me deixar te tocar, pois cada segundo guardando todo esse desejo doido é um segundo de prazer absoluto desperdiçado e tenho saudade do tempo que eu podia tudo, que a porta estava aberta sempre à minha espera, pois se hoje eu pudesse te pegar nem sei mensurar do que eu seria capaz, talvez até de cometer um crime, te morder inteiro, te cobrir de saliva lambendo cada maldita parte desse teu corpo que me faz perder a cabeça, e eu tento incontrolavelmente fugir dessa loucura que só aumenta a cada recusa tua, mas não consigo porque eu te quero de uma maneira que não sei explicar, que talvez essas palavras só consigam se aproximar do tanto que isso me consome... Então, continue me recusando, não pare de bater a porta na minha cara, não atenda meus telefonemas, pois só assim tenho a garantia de não te atacar e te fazer gritar de tanto prazer, te fazer viciar em mim e a gente não conseguir mais controlar essa porra toda!  

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