quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Crise

Estou trancada em um lugar escuro e frio. Cansada de gritar, gritar e não ser ouvida. Cansada de querer realizar sonhos e os mesmos se esfacelarem diante de mim, sem dó. Cansada de conviver com o egoísmo desenfreado que me esmaga feito uma formiga diante do ser humano que a pisa sem perceber. A dor me aperta a garganta como duas garras fortes que eu não posso impedir, ainda que use todas as minhas forças. Não há vida nos meus olhos, meu comportamento não passa de um teatro pra tentar parecer normal. E o amor que sinto vem morrendo aos poucos, como quem acaba de receber a notícia de que está com câncer e não quer aceitar a morte breve. Morre o que sinto enquanto eu morro junto, nessa relação parasita entre o que sou e o amor que carrego.

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